quarta-feira, 24 de junho de 2009

"Esses tempos modernos..."




“Olha pro céu, meu amor. Vê como ele está lindo! Olha pr'aquele balão multicor, como no céu vai sumindo...”.

O balão imortalizado nos versos da música de Luiz Gonzaga, que hoje simboliza a abertura dos festejos juninos em Campina Grande, já não brilha mais no céu nordestino. Das fogueiras, as chamas podem até continuar queimando nas cidades do interior, mas já não têm a mesma vivacidade nas cidades grandes, tomadas pelo asfalto.

Enquanto isso, os acordes inflamados das guitarras elétricas que imperam no rock agora compõem os novos ritmos eletrônicos do forró e disputam com o triângulo, a zabumba e a sanfona dos trios pé-de-serra. A mesma energia explosiva concorre nos salões de dança com o ritmo mais preguiçoso e aconchegante do arrasta-pé.

Até parece que estamos falando de uma festa diferente, mas estes elementos ainda são fundamentais para o São João. É que os períodos juninos de hoje apresentam diferenças, “mutações”, resultando em uma nova roupagem com um caráter mais comercial, segundo analisa o jornalista Fernando Moura, estudioso da cultura popular e biógrafo do ritmista paraibano Jackson do Pandeiro.

Ele lançou em 2001, pela Editora 34, o livro “Jackson do Pandeiro: O Rei do Ritmo”, em co-autoria com Antônio Vicente.

“O ser humano se modifica. Com ele, evidentemente, as tradições se renovam e se adaptam”, comenta. Ele conversou com o Paraíba1sobre os costumes que foram mantidos, os que foram transformados e aqueles que estão sendo extintos da cultura nordestina na época do São João.

Música

Sem precisar ir muito longe na análise, a música é o primeiro quesito criticado como mudança evidente nas comemorações do São João de ontem e de hoje. Com a invasão do chamado “forró de plástico”, ou “eletrônico”, Fernando considera que houve uma “alteração para pior” no que diz respeito à qualidade da música e à programação das festas.

“O forró de plástico não reflete a nossa arte”, explica, ressaltando que, em sua opinião, a população tem uma certa parcela de culpa por absorver o estilo musical e exigir que estes tipos de banda estejam nos palcos das festividades nos municípios paraibanos.

Enquanto algumas cidades resolveram abrir espaços em suas agendas de São João para o forró eletrônico, como Campina Grande e Patos, outras restringiram os shows às manifestações que valorizam a cultura tradicional.

É o exemplo de João Pessoa, que este ano homenageia os 90 anos de nascimento de Jackson do Pandeiro, e de Bananeiras, onde o clima é mais regional. A Prefeitura até fez uma brincadeira e anunciou que é proibido tocar forró de plástico ou a axé music. A ordem é tocar exclusivamente o “ôxente music”.

Fogueira e balão

A fogueira e o balão são dois dos costumes que, mesmo proibidos em algumas cidades, ainda são praticados. “Até por uma questão de segurança ecológica e ambiental, estes ícones das festas juninas estão, aos poucos, desaparecendo dos ritos populares”, explica Fernando.

Hoje, os balões remanescem apenas como peças decorativas. É que a prática de soltar balões é proibida por lei devido aos riscos de incêndios.

Já as fogueiras eram amplamente utilizadas principalmente pelos agricultores como um ritual para livrar as plantas e as colheitas de maus espíritos que poderiam impedir a fertilidade. Elas ainda são permitidas, mas com restrições. Na Capital, a lenha só pode ser comercializada em locais autorizados pelo Ibama e pela Sudema.

Já em Campina Grande, onde a tradição é mais forte, os proprietários de imóveis localizados em ruas de asfalto ou calçamento continuam proibidos de fazer fogueiras. A desobediência pode gerar multa de até R$ 5 mil.

Quadrilhas

Historicamente, a quadrilha seria uma dança originada nos salões aristocratas franceses. No Brasil, consagrou-se nas festividades de São João como uma brincadeira simbólica, que representa um baile em comemoração a uma casamento.

Segundo o jornalista Fernando Moura, a quadrilha é um dos elementos do São João que se renovou. Muitas adaptações foram percebidas com o passar dos tempos. As quadrilhas seriam, hoje, estilizadas e preparadas com finalidades comerciais, os festivais.

“Elas são tratadas hoje mais como um espetáculo do que como uma brincadeira. O ritmo, que antes era o arrasta-pé, acelerou. A indumentária e a cenografia são completamente diferentes”, ressalta Moura. Ainda segundo ele, o “puxador” do grupo de dança hoje também exerce funções adaptadas.

“O público jovem fez uma adaptação ajustada à sua contemporaneidade e o hábito acabou se tornando atrativo até por se tratar de uma competição”, complementa. As mudanças seriam tantas que, mesmo se tratando de uma atividade secular nordestina, é possível perceber diferenças entre as quadrilhas atuais e as de 10 anos atrás.


Fonte: paraiba1

terça-feira, 23 de junho de 2009

O Brasil clama: Fora Gilmar!!!!




Na quarta-feira (24), a partir das 18h, acontece manifestação nacional pela saída de Gilmar Mendes do STF. E, desta vez, somam-se outros setores sociais que não mais suportam calados tantos desmandos nos poderes da república. As manifestações serão promovidas pelo Movimento Saia às Ruas, uma mobilização que reúne cidadãos e cidadãs de todas as classes sociais, religiões e idades, todos unidos por um país justo.

A princípio serão realizadas três manifestações em diferentes estados, sendo, uma em Brasília, na Praça dos Três Poderes, na porta do Supremo Tribunal Federal - STF; uma em Belo Horizonte; e outra na Avenida Paulista, em São Paulo, dessa vez, em frente à sede do Tribunal Regional Federal daquele estado. As manifestações acontecerão em simultâneo a partir das 18h da quarta-feira (24).

Os manifestantes estão sendo aguardados com velas nas mãos para a realização de uma "vigília junina" que em ritmo de danças típicamente nordestinas como as quadrilhas de São João vão pedir "uma nova luz" no judiciário.

Nos últimos meses, o Brasil tem sofrido várias derrotas e retrocessos em termos de garantia de direitos, sem se dar conta de que algumas das conquistas mais nobres estão sendo ameaçadas. O STF, na gestão do pecuarista e empresário Gilmar Mendes, resolveu fazer o jogo sujo que sempre é visto no Congresso desmoralizado por Sarney, Renan Calheiros, Jáder Barbalho, Maluf, ACM e outras pragas da vida política. O povo sofre porque a Justiça trata pobres e ricos de maneira desigual. Nota-se que os privilégios de classe e o preconceito contra os movimentos sociais persistem na mais alta corte do Brasil. O povo é traído por quem deveria zelar pela -e não destruir a- democracia.

Ao libertar o banqueiro Daniel Dantas e criminalizar os movimentos populares, o pecuarista e empresário Gilmar Mendes revelam a mesma mentalidade autoritária contra a qual uma geração inteira de militantes e trabalhadores que lutou, com o objetivo de derrubar a ditadura civil-militar que sufocou o país entre 1964 e 1985.

O Brasil já não admite a visão achatada e conservadora da lei, aplicada acriticamente para oprimir os mais fracos. O povo já não atura palavras de ordem judiciais como "Estado de Direito", "devido processo legal" ou "princípio da legalidade" apresentada como se fossem mandamentos divinos para calar o povo. Já não há espaço no Brasil para um Judiciário das elites, um Judiciário das desigualdades.

Todas as movimentações sobre estes e outros protestos que também pedem a saída do presidente do STF podem ser acompanhados no endereço www.saiagilmar.blogspot.com.

Confira abaixo os cartazes dos eventos:

CartazForaGilmar1

CartazForaGilmar2

Da redação com ascom do evento

quarta-feira, 17 de junho de 2009

FORA SARNEY!!!!!!!!!!

Embora os 81 senadores digam que todos sao culpados pelo os ultimos acontecimentos, é preciso por um basta nisso tudo, a começar por tirar o poder das maos daquele que ha muito tempo usurpa o povo brasileiro e principalmente do Maranhao e do Amapa.




"Desde janeiro o país já descobriu, por exemplo, que o Senado pagava horas extras a funcionários em período de recesso, empregava 181 diretores com superpoderes e altos salários e cedia policiais do Congresso para fazer a segurança na residência particular do presidente da Casa. Nada disso, no entanto, era feito às escondidas. Alguma lei, ato ou decreto publicado em algum canto do diário oficial permitia esses abusos. O que não se sabia, até a semana passada, é que a Casa dos 81 senadores eleitos pelo voto também trabalhava sigilosamente.


Por 14 anos parlamentares e servidores se valeram dos chamados atos secretos para nomear parentes, amigos, criar cargos e aumentar salários de servidores sem conhecimento da opinião pública. Pelas mãos do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), passaram parte desses atos, que serviram não só para montar um esquema de nomeações e aumentos paralelos dentro da Casa como potencializar os poderes do ex-diretor-geral Agaciel Maia – o mesmo que em março foi exonerado por não ter registrado em cartório uma casa avaliada em cerca de R$ 5 milhões.

Em um desses atos, de fevereiro de 2003, Sarney delegou a Agaciel a responsabilidade para nomear os chefes de gabinetes dos senadores. De posse do ato, o então-diretor-geral pôs pessoas de confiança para trabalhar com os parlamentares. São os chefes de gabinetes, por exemplo, que cuidam da verba indenizatória de R$ 15 mil mensais dos senadores.

Veja os escândalos administrativos desde de que Sarney assumiu a presidência do Senado

O próprio presidente do Senado foi beneficiado diretamente por esses boletins sigilosos, embora sustente que não sabia de nada. Sarney nomeou em 2003 sua sobrinha Vera Portela Macieira Borges para um cargo na Casa. Apesar de morar em Campo Grande (MS), distante 1.079 quilômetros de Brasília, ela foi contratada para exercer o cargo de confiança de assistente parlamentar, com salário de R$ 4,6 mil, na presidência do Senado. Sarney exercia, na ocasião, seu segundo mandato no cargo.

Vera, que estava na folha de pagamento do Senado até ontem lotada no gabinete do senador Delcídio Amaral (PT-MS), será devolvida ao Ministério da Agricultura, de onde havia sido cedida, por ordem de Sarney. Além de Vera, atos secretos deram vagas no Senado em diferentes momentos para um neto dele, João Fernando Michels Gonçalves Sarney, e outra sobrinha, Maria do Carmo de Castro Macieira.

Os parlamentares alegam que desconheciam as práticas adotadas pelo ex-diretor-geral, inclusive a emissão de atos secretos. Os documentos mostram, porém, que a classe política terceirizou oficialmente a condução interna nos últimos anos.

Para Simon, todo o Senado é responsável pelos atos

O Senado gastou R$ 1,6 milhão em 2008 com despesas médicas dos parlamentares. O conteúdo desses gastos é uma verdadeira caixa-preta, que despertou a atenção do Ministério Público. Em maio, a procuradora Eliane Pires Rocha abriu um inquérito para investigar o assunto. O banco de dados de pagamentos do Senado contém, por exemplo, repasses para clínicas luxuosas de cirurgia plástica. No mesmo período em que controlava os gastos, Agaciel recebeu o privilégio de ter assistência médica vitalícia. Um benefício concedido – também por ato secreto – a quem passou pela diretoria-geral.

A diferença desse escândalo em relação aos anteriores é que desta vez nenhum senador resolveu colocar a culpa em alguém. Nem os senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Pedro Simon (PMDB), donos de discursos tradicionalmente duros e indignados, atacaram ontem Sarney, que fez um discurso para se defender das acusações de prática de nepotismo e outras irregularidades (leia mais na página ao lado).

– Ele (Sarney) não disse nada – resumiu Vasconcelos, que não foi à tribuna comentar o discurso de Sarney.

Simon disse hoje que todo o Senado é responsável pelos atos irregulares que possam ter ocorrido na Casa:

– A culpa não é dele (Sarney). A culpa é de todo o Senado. A grande verdade é que temos de debater se as coisas acontecem pelas nossas ações ou pelas nossas omissões. Se votamos atos sem ninguém ter conhecimento do que se tratava, somos todos responsáveis.

Justamente no dia em que o presidente do Senado e os demais senadores resolveram debater em plenário suas mazelas, tentando pôr um fim aos sucessivos escândalos, uma comitiva de senadores franceses decidiu visitar o Congresso. A cena foi insólita. Em meio às autocríticas, o plenário parou por quase cinco minutos para assistir a entrada de Gérard Larcher, presidente do Senado francês.

Não bastasse isso, o Ministério Público Federal decidiu ontem abrir a caixa-preta. A procuradora Anna Carolina Resende instaurou um inquérito civil para investigar a prática de boletins sigilosos. Servidores deverão ser chamados para depor."

fonte: ZERO HORA


terça-feira, 9 de junho de 2009

Mes de Junho de Trabalho

O trabalho dignifica o homem! Ninguém tem duvida quanto a verdade desta frase, pelo menos nos dias atuais, a partir da ascençao da burguesia, pois antes disso, trabalho era coisa de escravo, como na Grecia e em Roma, e coisa de servo na Idade Media. Nobre nao trabalhava. Ainda bem que tudo mudou e tenho trabalho para para ocupar meu tempo, de maneira tal que me impede de ser assiduo com o MATUTO SOCIAL. Como de praxi, inicio essa postagem pedindo desculpas por tamanha vacancia desde a ultima postagem.

Ainda na tematica do trabalho, vivemos o sexto mes do ano, o mes de Sao Joao, Sao Pedro e Santo Antonio, o mes em que o nordestino festeja os frutos do trabalho do primeiro semestre, agradece a DEUS pelas chuvas que lhe proporcionou uma otima colheita e apesar de ser mes de festa é também mes de muito trabalho ainda com as grandes festas juninas do nordeste brasileiro que o anos se incubiram de dar dimensoes gigantescas.

Falar de festa junina, nordeste, cultura nordestina, o nordestino e tudo relacionado a isso nao se pode faze-lo sem antes falar em Luiz Gonzaga. Iremos nas proximas postagens falar mais sobre o gonzagao e tudo relacionado a cultura nordestina. Para começar, lhes deixo uma cançao de Luiz Gonzaga e Zé Dantas que retrata uma situaçao ainda comum no nordeste, a seca e as soluçoes paleativas vindas do sul e sudeste do pais. Mesmo em um bom ano de "inverno", é preciso termos em mentes os problemas que ainda nos perseguem.

Vozes da Seca

Composição: Luiz Gonzaga / Zé Dantas

Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão
É por isso que pidimo proteção a vosmicê
Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage
Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos