segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Tiririca: por que não?




Cerco a Tiririca é prova de que Justiça se acha no direito de mandar na vontade do eleitor e quer escolher os “palhaços” que vão para o Congresso
Acompanhei com certa indiferença os movimentos da Justiça Eleitoral em torno da candidatura do humorista cearense, Tiririca, candidato a deputado federal nestas eleições. Pensei que fosse um ou outro promotor querendo aparecer. Mas a coisa virou perseguição. E isso é um retrato lamentável da judicialização que o processo democrática brasileiro vem sofrendo.
Primeiro, criticaram e chegaram a vislumbrar criem eleitoral nas frases autênticas do humorista, cujo slogan ensina: “Vote Tiririca, pior do que tá não fica”. Depois, veio a história da falsidade ideológica quando levantaram que ele mentiu à Justiça Eleitoral quando disse que não tinha bem algum. Uma prática comum entre nove em cada dez candidatos.
Agora, querem aplicar prova para descobrir se Tiririca realmente sabe ler ou escrever. Tenha paciência. Enquanto “caçam” o humorista candidato, Tiririca vai pontuando nas pesquisas na perspectiva de ter mais de um milhão e meio de votos.
Palhaçada. Está claro que o cerco à candidatura de Tiririca é uma prova indiscutível de que a Justiça e, em especial, o Ministério Público Eleitoral, se acham atualmente no direito de mandar na vontade do eleitor, definindo quais os “palhaços” que podem ou não tomar assento no Congresso Nacional.
Essa é uma atribuição única e exclusiva do eleitor: escolher seus palhaços. A legislação eleitoral já impõe os requisitos formais para um candidato disputar um mandato eletivo. A partir daí, é o eleitor que tem o poder de dizer quem vai e quem fica. Seja um intelectual de Havard, seja simplesmente Tiririca.
Será que os doutos procuradores eleitorais não entenderam que Tiririca está com a votação que está – chegando à possibilidade de ser o mais votado da história parlamentar do Brasil – exatamente porque o eleitor brasileiro não confia mais no candidato que não conta piada, que se veste de paletó e repete o discurso demagogo de sempre?
É o eleitor que está dizendo, consciente ou inconscientemente, ao votar em Tiririca, que a política no Brasil é uma zorra. Não adianta, pois, a Justiça Eleitoral querer impor ao políticos almofadinhas. Ela não tem o direito de castrar a descrença do povo brasileiro.
No país dos Arrudas, dos Nicolaus, do Mensalão, Tiririca é quase uma sessão de descarrego.
Além de usurpar um direito do cidadão, que é quem deve dizer se as palhaçadas de Tiririca cabem ou não numa casa séria (?) como o Congresso Nacional, a Justiça Eleitoral não pode perseguir alguém só porque acha que tal candidatura envergonha o país.
Um tal ministro chegou a dizer que a candidatura de Tiririca envergonha a democracia. Ledo engano. O que envergonha a democracia é exatamente aquilo que provoca no eleitor a vontade de votar em Tiririca.
Luís Tôrres

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A cadeira vazia


         Para o homem público, ainda mais para aquele que se dispõe a concorrer a cargos eletivos, impõem-se direitos e deveres. É direito, por exemplo, que cada um deles tenha a força policial à sua disposição, sempre que isto se fizer necessário para que possam expor suas ideias, promover suas manifestações públicas e contatar diretamente com os eventuais eleitores.
            Não precisa que ele se eleja para que tais direitos lhe sejam assegurados. Basta para isto a sua condição de candidato, de aspirante a cargo de relevância administrativa na esfera do poder público.
      Pois bem, assim como há direitos, há também deveres. E para que esses deveres passem a valer não se faz necessário que a eleição se consuma. A própria condição de candidato impõe ônus de comportamento e decoro, além de outras exigências legalmente previstas.
    A obrigação com a transparência é um desses deveres a que os candidatos não podem escapar, seja na fase eleitoral, seja no exercício dos mandatos eletivos. Resumindo bem direitinho: quem quer ser governador do Estado – e, mais grave ainda, quem neste cargo quer permanecer – se obriga desde logo a ser transparente. A pautar-se por uma conduta que, em última palavra, permita ao eleitor saber exatamente o que ele pensa sobre os temas mais importantes de interesse da coletividade.
    A sistemática recusa do governador José Maranhão, em participar dos debates públicos que vêm sendo realizados ao longo desta campanha, o coloca em clara situação de confronto com esta obrigação inerente a qualquer candidato.
     Como todos os outros concorrentes, ele tem, sim, a obrigação de revelar ao eleitorado quais as suas prioridades, as suas opiniões e os seus principais projetos. Um candidato ao governo não pode ser uma caixa preta.
       A população que se utiliza dos serviços públicos de saúde quer saber o que os candidatos planejam para melhorar o atendimento. As vítimas dos assaltos, dos arrombamentos e os familiares dos assassinados exigem que lhes sejam apresentados, desde agora, os principais pontos de uma eventual política de segurança pública. Assim também ocorre com os que freqüentam escolas públicas. É obrigação dos candidatos dizer, não depois, mas agora, o que pretendem fazer para enfrentar todos estes desafios.
       A melhor forma de fazer isto é participar dos debates. O guia eleitoral por si só não serve. Afinal, trata-se de uma propaganda, cuidadosamente elaborada pelos marqueteiros, mas que, na verdade, não gera maiores compromissos para o futuro.
        O debate com os concorrentes, promovidos por entidades reconhecidamente de interesse público, é o ambiente adequado para isto. Sem falar nos debates patrocinados pelos veículos de comunicação.
     Participar de debates não é um favor que o candidato concede aos eleitores. É uma obrigação que não sendo cumprida sugere um sem número de especulações.
     Nos últimos dias, os evangélicos quiseram ouvir os candidatos ao governo da Paraíba, certamente para tomar conhecimento de questões que são caras à comunidade religiosa. Lamentavelmente, o governador-candidato não foi.
    Hoje, professores e estudantes da Universidade Federal da Paraíba também se prepararam para ouvir os candidatos. Lamentavelmente, Maranhão não foi. Presume-se que ele tenha tanto a dizer e, no entanto, o que se ouve é o seu silêncio.
   Por que isso? Os demais concorrentes não merecem sua audiência? Os eleitores não precisam saber o que ele pensa sobre educação, saúde e segurança, além de outros temas?
  Já entrevistei Maranhão dezenas de vezes. Não acho que lhe faltem conhecimento e habilidade para enfrentar qualquer tipo de assunto. Esse seu silêncio nos auditórios, em que a sua cadeira fica sempre vazia, só pode ser coisa de marqueteiro. A esta altura, ele já devia saber que existem assessores para o bem e para o mal.
   Os que estão recomendando a sua sistemática fuga dos debates não lhe ajudam a conquistar um mandato. Querem continuar em Palácio, mas abominam as eleições. O povo, para eles, é um mero detalhe.


Fonte: Coluna: Agnaldo Almeida http://www.politicapb.com.br

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ofensiva pmdebista!!!

Sempre foi curioso ver o governador da Paraíba, José Maranhão, tão dedicado a sua campanha pra reeleição mesmo estando com folga a frente de seu principal adversário, o socialista Ricardo Coutinho. Normalmente o candidato com larga margem de vantagem para o segundo colocado tende a administrar a  campanha até vitória.

Como se não bastasse isso, o governador se lincencia do cargo pelos próximos 15 dias para se dedicar a campanha e conter o notório crescimento da campanha de Ricardo Coutinho. Isso definitivamente não é normal e a campanha governista teme algo que as pesquisas não estão dizendo, fato que revela o caráter duvidoso das pesquisas até agora publicadas.

Além disso, o fato de a justiça ter obrigado o estado a contratar aprovados nos concursos, pode também ser um dos motivos da decisão do governador em se afastar do cargo. Para contratar os concursdos, o estado terá que demitir vários dos mais de 30 mil comissionados que incham a folha do estado hoje, o que em campanha eleitoral, principalmente no modelo que se é praticado no Brasil e sobretudo na Paraíba é um "tiro no pé". Afastando-se do cargo, Maranhão passa toda essa responsabilidade para o interino, o presidente do STJ, e livra-se de ter que dá a canetada da exoneração de vários "amiguinhos".

Em Campina Grande, o prefeito Veneziano Vital, prolongou seu afastamento por mais 15 dias para se dedicar a capanha de seu irmão, Vital Filho, ao senado e de sua mãe, Nilda Gondin, para a vaga deixada por Vitalzinho na câmara federal. Neste a caso não há o que se esconder, Vitalzinho mesmo estando em segundo nas pesquisas, sabe que além de não se poder confiar nas pesquisas, a disputa para o senado é indefinida. 

Vital, tal como seu companheiro de chapa, Wilson e seu principal adversário no momento, Efraim, julgam a preço de hoje, haver apenas uma vaga para o senado, posto que o entendimento da maioria dos paraibanos é que a outra vaga fique mesmo para Cássio ou para quem herdar seus votos, caso se confirme a impugnação de sua candidatura.

Se a família Vital se dedica à campanha de Maranhão com o mesmo vigor que o faz para a campanha de Nilda e de Vitalzinho, isso não se sabe. O que se sabe é o interesse de Veneziano em ser o candidato do PMDB para o governo do estado em 2014, esse é o seu foco e em sua cabeça nada pode atrapalhar isso. Não se sabe, porém, se para Veneziano o melhor é Maranhão no Palácio da Redenção com força para criar outro nome para sucedê-lo ou Maranhão fora do governo e ter a real possibilidade de assumir a liderança do partido de imediato. Não sabemos.Veneziano e Vitalzinho já sabem.

Como já estamos cansados de saber, em política nada do que parece ser realmente o é. Resta-nos esperar para ver o desencadear o que vai acontecer nos próximos dias até a eleição. Mas que é duvidosa essa ofensiva pmdebista, ah, isso é!